Deparei-me com a capa da Lux, onde aparece a Teresa Guilherme que revela sair pouco de casa, que se sente perseguida, que não vai à praia (nem no Brasil? será que também a conhecem no Brasil ou na Tailândia?), raramente janta fora; e pus-me a refletir sobre o facto. Na verdade não deve ser muito confortável ter procurado a vida toda ser famosa e quando se chega, finalmente, a esse ponto, já não apetecer ser. É isto que acontece com os famosos, fazem de tudo para aparecer e, depois quando aparecem, no início acham giro, mas depois já acham demasiado, ficam enjoados, ficam no pedestal com medo de cair dele. Nestas coisas da fama não há meios termos, é tudo ou nada.
Eu posso comparar comigo que só sou conhecida na minha rua, mas ainda tenho amigos e conhecidos dos tempos da escola e da faculdade, e quando me arranjo toda, e passo horas a arranjar-me, para a eventualidade de encontrar alguém e não fazer má figura, cuido das unhas, cabelo, maquilho-me, arranjo as melhores peças de roupa do meu roupeiro, sapatos, estes não posso escolher muito, que tenho poucos, tudo a combinar e o mais chique que consigo, não dou de caras com nenhum conhecido, nem conhecida no supermercado ou no forum; mas se há um dia em que visto a roupa mais velha que tenho em casa, não lavo o cabelo, nem me maquilho, encontro logo o antigo namorado, a colega de escola que já não via há 20 anos, toda arranjadinha, e eu um lixo, até me apetece inverter a trajetória, fazer de conta que não reconheci, não me apetece nada cumprimentar, aliás, só me apetece meter num buraco, na verdade, nestes momentos consigo perceber os famosos e até me sinto um bocadinho a Teresa Guilherme da minha rua.
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