terça-feira, 29 de abril de 2014

O amante, Duras

O livro é um dos meus preferidos, li-o vezes sem conta. Hei de voltar a lê-lo.
Há muito que decorei este excerto, gosto dele como se fosse meu, como se fosse eu a ter amado assim, e repito-o sempre, e sempre me faz chorar.

“Anos depois da guerra, depois dos casamentos, dos filhos, dos divórcios, dos livros, ele veio a Paris com a mulher. Telefonara-lhe. Sou eu. Ela reconhecera-o pela voz. Ele dissera: sou eu, bom dia. Ele estava intimidado, tinha medo como dantes. A sua voz tremia de repente. E com o tremor, de repente, ela voltara a encontrar a pronúncia da China. Ele sabia que ela tinha começado a escrever livros, soubera-o pela mãe dela que voltara a ver em Saigão. E depois dissera-lho. Dissera-lhe que era como dantes, que ainda a amava, que nunca poderia deixar de a amar, que a amaria até à morte.”

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